A newsletter parece estar virando um diário de feiras, e a culpa não é minha, é que a impressão 3D nunca foi tão protagonista de tantas feiras, de tantos segmentos distintos. De 18 a 21 teve a FIPAN, feira do setor panadeiro e uma gigante do segmento alimentar, forrada de cortadores de biscoitos, formas de doces e chocolates, enfeites de mesas e topos de bolos, de aniversário à casamentos, tudo impresso em 3D.
Esta semana a 3D Prime foi a grande patrocinadora da feira Expo Empreendedorismo, que aconteceu no pavilhão amarelo do Expo Center Norte, promovendo a impressão 3D como uma ferramenta chave para o empreendedorismo. Uma das primeiras perguntas que recebo, no primeiro minuto da feira, foi justamente: o que dá para fazer com uma impressora 3D? A mesma pergunta que também motivou Cleber Rampazzo, Rubens Medino e Murilo Lafranchi a criarem toda a Expo3DBR, continua a ecoar nos corredores de feiras e eventos.
Mas quando encontramos alguém vendendo uma impressora 3D na FESPA ou Future Print, é óbvio que vamos imprimir letras caixas. Quando encontramos nossas maquininhas na FIPAN, é evidente que vamos imprimir cortadores de biscoitos, moldes para doces e chocolates, enfeites de mesas e topos de bolos. Mas quando encontramos os dispositivos de manufatura aditiva numa feira do empreendedorimos, entre estandes de materiais para comidas, lojas de idiomas, materiais para gravação dos cursos mais diversos, de culinária à consultoria financeira, o que dá para fazer com a impressão 3D?
Foi pensando justamente em orientar essa respostas que a 3D Prime se alinhou ao Murilo e criou um bundle de impressora 3D, curso online ao vivo e o livro do Murilo, 50 nichos lucrativos para ganhar dinheiro com impressora 3D.
Um mercado de recordes
Tanta feira, e tantos novos mercados são consequência natural das impressoras 3D não dependerem mais de montagens complexas e longas e enfadonhas calibrações. As impressoras vem ou montadas, ou quase isso, a depender de poucos encaixe. Fazem suas calibrações automáticas, e acima de tudo, estão aparecendo fora da bolha.
O resultado disso são diversos recordes quebrados: a FuturePrint vendeu mais de 200 impressoras da BambuLab, cravando um recorde da marca para vendas em uma única feira. Para referência, o recorde de vendas das impressoras MakerBot quando eu estava por lá, em 2019, foi 120 impressoras no ano. Não peguei números da Creality, mas sei que ela também bateu seu próprio recorde de vendas em uma única feira na Future Print.
Outro recorde, o número de alunos que vêem surgindo, na última turma do online ao vivo da 3D Junho, foram 42 alunos. Outro recorde: 30 não conheciam os canais mais famosos do 3D do nosso mercado, vieram de folha da bolha: viram em canais alternativos do youtube, como games, modificações veiculares, ou até empreendedores famosos, como Breno Masi (o macmasi) e canais de ciências que agora usam a impressora, para além de falar dela, já a usam de maneira regular, como o grande Manual do Mundo.
Tudo isso leva a outro recorde: o de consumo de filamentos, chegamos oficialmente a 140 toneladas em junho, produzidas. Talvez parte disso seja exportação, talvez parte disso seja demanda reprimida e estoques caso a guerra fiscal dos USA como o Brasil se agrave, mas o fato é que este mês será um recorde. Espero que seja um recorde curto, e logo o ultrapassemos.
Na educação
Tive o privilégio de passar a última sexta feira em Pato Branco, dando formação aos docentes do município que adquiriram o conteúdo da Escola do Futuro XYZ, do qual sou co-autor junto com o Ayrton Araújo e com minha esposa, Ianina Zubowicz. E quando digo privilégio, não é fazendo média, nem sei se eles vão ler estas newsletter, mas por que foi uma turma docente que gerou vídeo com edições do capcut do conteúdo da formação, fizeram suas primeiras peças em 3D com a dedicação e prática que nunca vi igual, e cada formação chegou até a… acabar mais cedo!
Acontece que Pato Branco, com 96.000 moradores, é uma sede regional, a capital não oficial de uma região, e já é escolada em tecnologia, campeã de robótica, de programação, e cujos professores já sabem aplicar a tecnologia, faltava apenas a impressora 3D.
O recorde aqui, é que há 3 anos, quando começamos, a ideia de uma impressora 3D na sala de aula era algo quase descabido, que levava mais de hora de minhas formações para explicar aos professores a importância da educação STEAM/STEM, como o exame internacional de educação promovido pela OCDE, exame esse chamado PISA, tem no seu top10 países que já aplicam a educação STEAM/STEM (sempre reforçando a ironia que o país criador do método não figure no Top10, ou seja, o próprio Estados Unidos).
Em resumo
Vivemos mais um período histórico dentro do nosso ciclo de vida, mas ao menos desta vez, não é mais uma pandemia, nem alguma guerra nova, vivemos a adoção real, da impressora 3D, como um instrumento, uma ferramenta, que finalmente pode ver a pergunta: “Afinal, o que dá para fazer com isso ai para ganhar dinheiro”, esteja chegando ao fim de seu ciclo de vida.
Sempre fui contra edeusar as impressoras 3D pelo que são, mas à favor de adorar aquilo que dá para ser feito com elas. Parece que finalmente podemos passar menos tempo falando da impressora e nos focar no conteúdo, e o Brasil para estar descobrindo isso também.